domingo, 18 de fevereiro de 2018

VIVER DE QUATRO - III

Vivemos hoje num país violento, concorda? Sou amante da paz, mas se não concordar comigo eu te arrebento! Este é o Brasil dos paradoxos, onde as pessoas não fazem mais questão de levar algum tempo pra se contradizerem. É pá pum! Incoerências diretas já!

Estou longe de ser uma Madre Tereza de  Calcutá ou um Mahatma Gandhi que dizia "olho por olho e o mundo acabará cego", mas essa violência já me cansou. Não... não é só a violência das ruas, do tráfico e da bandidagem. Bolsonaristas, petistas, governistas, indecisos... ninguém usa mais aqueles argumentos pensados, raciocinados e construídos para terem um mínimo de nexo. Tudo é resolvido na base da intimidação. Ou você aceita os argumentos frágeis da tropa de choque ou leva porrada, é bloqueado e vira desafeto.

Não há mais causas em comum e se existem elas são secundárias. O importante é o herói que vai comandar a solução dos problemas, não importando o método que será usado. O "eu não falei?" é mais importante que o resultado, que o bem comum. Vemos os arautos da verdade única importando-se mais com o ataque automático às boas e possíveis soluções apresentadas por seus opositores do que com as aflições dos que dependem delas.

Os políticos? Ah, eles adoram esse tipo de comportamento de seus defensores e riem deles nos bastidores enquanto contam seu (nosso) dinheiro. Muito, mas muito dinheiro mesmo! Quanto mais militantes ignorantes e atávicos melhor. Pobre que se exploda, como dizia aquele personagem do Chico Anísio, o Justo Veríssimo.

Fico imaginando como as coisas rolarão neste ano de eleições. Os que continuarem vivos elegerão o próximo presidente e viverão felizes por mais 4 anos, junto aos outros 51% que votaram nele.

Na verdade o brasileiro ainda vive de quatro.

E de quatro em quatro anos.

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