sexta-feira, 22 de março de 2013

Arrependimentos e frustrações

"É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças." (Giacomo Leopardi)

Se você se arrependeu coisas que fez ou deixou de fazer na vida, não adianta vir com aquela historinha de tentar apagar apenas porque as frases de autoajuda mandam a gente fazer. Você não vai conseguir! A memória é como um disco rígido de computador: você pensa que apagou, mas sempre aparece alguém com um programinha que restaura o que foi apagado e a recuperação do arquivo pode ser mais dura que o próprio momento que o gerou. E se formatar o HD, vai também apagar o bom que poderia ser resgatado. O descarte seletivo ainda é a melhor forma de evitar o duplo arrependimento.

Pode haver arrependimento de se ter escolhido ou de não se ter escolhido. É importante saber diferenciar o tipo de frustração. A frustração por não ter escolhido é a mais irreal e ilusória de todas, pois, jamais saberemos o que teria acontecido se tivéssemos feito a escolha e se a fizermos num segundo momento, ela poderá ser ainda mais frustrante que a primeira com o agravante do fator "tempo", caso a decisão não permita uma terceira escolha ou retorno à primeira.

Já a frustração pós-escolha está ligada mais fortemente às nossas expectativas e a fatos REAIS já experimentados, portanto, mais fácil de ser reavaliada por meio de perguntas bem objetivas: "será que eu estava sendo realista com aquilo que esperava?"; "se esperassem o mesmo de mim, será que eu conseguiria preencher as expectativas da(s) outra(s) parte(s)?"; "já que não posso os reajustar valores da outra parte, se eu reajustar os meus à ela, sentirei-me agredido(a)?"

Fácil? Não... não é nada fácil nem simples, mas uma coisa é certa: deixar rolar não ajudará nada. Como disse Confúcio: "Ser ofendido não tem importância nenhuma, a não ser que nos continuemos a lembrar disso."






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