sábado, 26 de janeiro de 2013

O povo é mais indolente que interesseiro

O Brasil nunca será uma Venezuela por inúmeros motivos, principalmente por causa desses mesmos eleitores que hoje apoiam o governo. A indolência e a desinformação da maioria da população brasileira é uma faca de dois gumes para a prática desse populismo com viés socialista, característico do estilo bolivariano adotado pelo PT.

O gume favorável dessa faca para o governo está no fato de que o povo menos esclarecido e menos politizado representa a grande maioria dos eleitores que o apoia. Uma parte dessa maioria é representada pelos que ainda se encontram maravilhados e agradecidos com sua ascensão à classe média; a outra dos que assistiram a ascensão desses seus concidadãos, mas estão na fila para ascendê-la porque ainda se encontram na fase de suprir suas necessidades higiênicas. Para todos eles, pouco importa se o governo está sacrificando investimentos e aumentando sua dívida interna com o assistencialismo da Bolsa Família, redução de taxas e outras medidas populistas. Aliás, eles nem sabem o que isto significa e muito menos o que provocará no futuro.

O gume desfavorável - aquele que aponta para a barriga do próprio governo - é a constatação de que essa maioria silenciosa que o apoia nas urnas, jamais sairia às ruas para confrontar-se com os mais politizados e esclarecidos a fim de defender esse governo que hoje a adula. Isto porque ela é submissa à ordem pública e é indolente. Vargas, Jânio Quadros e Collor (os dois primeiros, mais populares) já experimentaram testar essa força de mobilização e se deram mal. Brasileiro tem sangue português e não espanhol! A diferença, além de cultural é genética. Aqui, o povo nunca levantará nos braços e reconduzirá ex-presidente nenhum de volta ao poder.

Lula teve boa imagem junto a essas classes porque aproveitou irresponsavelmente a fase da estabilidade econômica e inflação sob controle reinante no país quando assumiu a presidência. Deitou, rolou, torrou dinheiro e fez seu nome junto à população mais carente e menos esclarecida. Dilma pegou o fim dessa inércia econômica favorável, mas como o novo rico desvairado seu antecessor meteu os pés pelas mãos durante 8 anos e a presidente o seguiu por mais dois, esses 10 anos de (des)governo fez com que as reservas fossem detonadas e o país entrasse no cheque especial da dívida pública. Tudo pra bancar o Bolsa família, os subsídios da gasolina e da energia elétrica, as obras e infraestrutura para a Copa do Mundo, Olimpíadas, além de dezenas de outras medidas e ações populistas visando garantir sua reeleição.

Acontece que os termômetros de um país democrático são os índices econômicos, de emprego e dos gastos públicos, hoje  respaldados pela lei da transparência. Esses índices são conferidos e vigiados pela imprensa livre (incluindo a internacional), por entidades de classe e organizações não governamentais. A única forma de evitar o confronto da mentira com a verdade seria o cerceamento da liberdade de informação e expressão, mas isto não acontecerá enquanto valer nossa Carta Magna e existir um Supremo Tribunal Federal. Nem se o governo tiver 100% do Congresso Nacional.

Por essas e outras, só há uma forma da Dilma manter-se com chances para ser reeleita: Se os índices econômicos estiverem favoráveis. E para que isto aconteça, enquanto o Brasil viver em função do capitalismo e da livre iniciativa, as regras deverão ser as do capitalismo e da livre iniciativa. Investindo, controlando a dívida pública, aquecendo a economia e gerando empregos.

Se a inflação e a taxa de desemprego aumentarem, não haverá discurso, maracutaia nas contas do governo e nem BNDES capaz de apagar o pavio dessa bomba. Só abandonando essa estratégia tupiniquim de "golpe à prestação" e tomando o poder de uma vez por todas. Mas pra fazer isso, Dilma vai ter que ter saco roxo e disposição pra morrer. Atributos mínimos necessários pra confirmar sua "boa" fama de guerrilheira, mais folclórica que verdadeira.

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