sexta-feira, 24 de agosto de 2012

No meio do caminho havia pedras

Nesse período de julgamento do mensalão, todos se voltam para o STF, acompanhando o julgamento e os votos dos ministros. Sinceramente, estou cansado dessa história de que nós, leigos em matéria de direito, não podemos emitir nossas opiniões sobre o assunto. Como se não bastasse a farta corrupção espalhada pelos quatro cantos deste país, temos agora que ficar em silêncio aguardando comportadamente o bater do martelo dos deuses do Olimpo para só então gritarmos: NOS FERRARAM MAIS UMA VEZ!

Médico também estudou, fez juramento, tem o título de doutor e um manual de ética, mas se eu disser pra ele onde está doendo, isto abreviará o tempo do diagnóstico e da cura. O ser humano e seu senso de justiça nasceram bem antes das leis, dos advogados, promotores e juízes. Um grande humanista chamado Mohandas Karamchand Gandhi - conhecido como Mahatma Gandhi - disse um dia: "Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo". Eu nunca escrevi palavrões aqui neste blog e podem procurar, mas como sempre existe a primeira vez, eu digo: ÀS FAVAS ESSES TECNOCRATAS DE MERDA!

Leis não foram feitas para a justiça técnica, mas para a JUSTIÇA HUMANA. E quando a sensibilidade da maioria de uma nação grita, dizendo que não está havendo JUSTIÇA HUMANA, acreditem: NÃO ESTÁ HAVENDO JUSTIÇA HUMANA. E continuando com o paralelo do médico, se a receita não faz a dor parar e não cura a doença, troca-se de médico. Mas no caso da justiça, se a  dor da injustiça não pára de doer e o câncer da corrupção se alastra, como trocar nossos advogados, juízes e ministros do supremo? Votar em novos governantes? Não... não há ser humano que suporte uma dor dilacerante por 4, 8 ou 12 anos.

O ministro Gilmar Mendes, falando sobre impunidade e corregedorias disse uma vez: “Até as pedras sabem que as corregedorias não funcionam quando se cuida de investigar os próprios pares. Jornalistas e jornaleiros dizem isso toda hora”. Oras, grande ministro, utilizo a mesma força de expressão para dizer agora: Até as pedras sabiam que o ministro Lewandowski daria uma no cravo e outra na ferradura. Que quando primeiro votou pela condenação de Marcos Valério, sócios e funcionário do Banco do Brasil, estava preparando o terreno para absolver o PRIMEIRO POLÍTICO dos réus do mensalão. Cantei a bola dois dias antes e: DITO E FEITO! Afinal, só empresários, funcionários e ladrões de galinha são condenados neste país. Coincidência Lewandowski guardar seu contraponto ao relator em nome do equilíbrio do julgamento, coincidentemente apenas para o réu político? E como serão os outros contrapontos de Lewandowski? Para outros empresários e funcionários também ou apenas para os próximos políticos da lista?

Daqui pra frente é só acompanhar aqueles que já conhecemos de outros carnavais. Thomaz Bastos tinha razão em sua profecia. A justiça brasileira está previsível demais. Se até as pedras sabem, que dirá nós, feitos de carne e sentimentos?

Como seria bom se no meio do caminho houvesse apenas uma pedra e não, cinco ou seis!






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