domingo, 7 de novembro de 2010

Vergonha de que, Rubinho?

Rubens Barrichello disse hoje que assalto à Jenson Button é uma vergonha. Vergonha de quem, Rubinho? Vergonha sua, do Brasil ou nossa?

Por que ser assaltado no Brasil ou sofrer uma tentativa só é vergonhoso quando envolve um piloto de Fórmula 1 ou de qualquer outra celebridade, seja nacional ou internacional? As celebridades merecem mais proteção que os cidadãos comuns? É o medo de que saibam lá fora que o Brasil é um país fantástico, promissor, mas também violento? Essa é a vergonha? Onde você fica o ano todo?

Então, como você não deve ter muito tempo de ler jornal e só notícias de esportes, vão aí alguns dados que precisa saber:


  • Homicídios no Brasil= 48 mil pessoas/ano (Folha/IBGE)
  • 4.000 por mês, ou
  • 133 por dia, ou
  • 5 por hora, ou
  • 1 pessoa a cada 12 minutos


Traduzindo para a linguagem da Fórmula 1, do sinal verde à bandeirada final do Grande Prêmio de Interlagos, 8 pessoas terão morrido por homicídio no Brasil. Essa é a nossa realidade de país mais violento do mundo. Não é São Paulo, Rio ou Alagoas... é o país inteiro.

Eu poderia escrever um livro inteiro sobre o problema da violência no Brasil e não como especialista que não sou, mas como cidadão comum que lê, ouve e vê jornais. Mas quero abordar só a declaração do Rubinho que não tem culpa de pensar assim. Ele representa o pensamento do povo brasileiro, do mais miserável ao mais rico. Somos assim mesmo e estamos aprendendo que podemos fazer muito mais do que fazemos hoje, mudando nossa maneira de ver e agir. 

Precisamos ser humanistas antes de partidários. Quantos desses 48 mil seres humanos que morrem anualmente no Brasil são do PT, PSDB, PMDB e dos outros Pês? Interessa saber? É óbvio que não interessa! São seres humanos que podem ser você, seu parente, seu vizinho, seu amigo... não importa: SÃO SERES HUMANOS.

E se eu pudesse dividir a população brasileira em grupos por graus de responsabilidade, as celebridades ficariam com o maior peso por razões bem objetivas. São figuras que se destacam dos cidadãos comuns e os seus protestos causam impacto na sociedade e nas decisões do governo.

No entanto o que a gente vê são celebridades apoiando candidatos em período eleitoral, mas onde ficam elas durante os outros quatro anos? Politicamente escondidas, participando do governo em retribuição ao apoio dado ou vivendo em mundos completamente diferentes e distantes - emocional ou geograficamente - do verdadeiro Brasil.

E isso nos dá o direito de retribuir e dizer: a vergonha é nossa!








Não é, com certeza, o meu país

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