sábado, 6 de novembro de 2010

Chega!

O problema da dívida de quase 51 bilhões que Dilma está herdando não está em Lula, mas nos sistemas que envolvem a legislação eleitoral e a aplicação dos tributos. Segundo Contas Abertas (leia a matéria), será a maior dívida deixada para um governo sucessor, desde o Plano Real.

A cultura eleitoreira aliada à legislação eleitoral e à liberdade na manipulação das receitas do governo trazem essas consequências maléficas para o país. Não sou economista, mas procuro avaliar as situações exercitando e refletindo como cidadão. Vou tentar resumir abaixo o meu pensamento  de leigo sobre esses três tópicos.

Cultura política arraigada é de que o importante é vencer, não importando o futuro. Afinal, se perder o problema será do opositor e se ganhar será mais fácil lavar a roupa suja ou empurrar a sujeira debaixo do tapete. Utilizam todos os recursos que as leis permitem e os que a legislação tolera ou se omite, pois, ainda existe uma certa submissão (in)consciente da justiça em relação às ações do poder executivo no período eleitoral. Do lado dos eleitores, há falta de memória (a maioria nem lembra em quem votou) e de acompanhar os três primeiros anos de mandato, tanto do legislativo quanto do executivo.

Resultado: todas as fichas dos políticos são jogadas no último ano de mandato, pois é nele que tudo será decidido. Empurra-se verbas e decisões mais populares para esse último ano, utilizando para isto todos os recursos legais e constitucionais possíveis, tornando a Lei de Diretrizes Orçamentárias - normalmente votada com atraso - um mero instrumento formal, pois as prioridades são estabelecidas pelo chefe do executivo por meio de vetos e sanções. Além disso ainda há o contingenciamento de verbas (clique e saiba mais sobre LDO e contingenciamento) que permite o retardamento ou a simples "não execução" dos projetos previstos.

E o que acontece quando o governo promete e gasta muito de acordo com a necessidade de vencer as eleições? Cria-se mais impostos como estão querendo fazer com a CPMF e nós mesmos é que pagamos as contas das promessas que os políticos identificaram em nossos próprios sonhos. A maioria dessas promessas, por incrível que pareça, não passam de obrigações constitucionais não cumpridas por eles mesmos, como educação, saúde e segurança para o povo.

Roda da fortuna política: velhas promessas<>esquecimento<>novas promessas

Roda do infortúnio popular: sonhos<>decepções<>esperanças

Chega de impostos! Não à CPMF! Mais do que isso, precisamos sair desse primeiro lugar de país com a maior carga tributária do mundo. Não à CPMF e não às 74 taxas, impostos e contribuições atuais (clique e saiba quais são) que representam quase 49% de tributos no Brasil.

Chega!

-o-

Um comentário:

  1. Muito bom o post!!! Parabénss!! vamos divulga-lo... quem sabe as pessoas passem os próximos 4 anos durante avaliação continua de seus candidatos!!!

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