terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pesquisa ou "Pescaria de opinião?"

Incoerências: Depois da diferença de mais de 1% descontada a margem de erro para menos, um instituto de pesquisa justificou a diferença dizendo que no dia 29 - data da última pesquisa para a presidência - havia uma tendência de crescimento de Marina, o que provocou essa diferença. No entanto o erro fora da margem foi comparado com a pesquisa boca de urna e não com a do dia 29. Como se pode alegar tendência em boca de urna se esse tipo de pesquisa é feita minutos antes do voto? Na minha opinião, é papo furado! E nem estou considerando alguns resultados apontados nas pesquisas para governadores e senadores que mostraram diferenças ainda mais significativas que as para a presidência.

Na verdade a confiabilidade estatística está na metodologia empregada, no número de amostras e na distribuição. Mais amostras representariam menor margem de erro, mas também aumentos de custos e de tempo para os institutos.

Outra coisa que ninguém explica e nem coloca em pauta é o fato de uma aprovação de 80% do governo representar apenas 47% nas urnas. Formulação inadequada das perguntas para as entrevistas? Por que 33 ou 34% que aprovam o governo Lula não votam em Dilma? Tudo bem... pode até significar uma rejeição à Dilma ou desvinculação do PT da figura de Lula, mas não é muito grande essa diferença?

Acho que, no mínimo, isso significa que muita coisa tem que mudar na legislação. Os Institutos de Pesquisa trabalham com demasiada liberdade e autonomia para o nível de influência que têm. Deveriam passar por auditoria externa, técnica e independente. E isso não se trata de censura à imprensa, pois, pesquisa é prática absolutamente técnica, sendo apenas um recurso para avaliação jornalística.

E não a adianta explicar tecnicamente para o povo que pesquisas indicam apenas tendências porque para a maioria é "vai ganhar" ou "vai perder". Transforma-se em instrumento de marketing utilizado como pura propaganda enganosa.


-o-

Um comentário:

  1. Muito bem dito!! 3 coisas que não acredito, pesquisas baseadas em porcentagem, pesquisas e contagens do IBGE em geral e papai noel, na verdade fico até meio receioso quanto ao último, pq pelo menos ele me deixava presentes. #tamojunto
    Abraço.
    Fabrizzio !!

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