quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O medo também pode nos privar do bem


É certo que vivemos hoje num mundo de "espertos". O que existia na vida real, hoje se multiplica na internet com a possibilidade de se esconder as reações físicas diante de mentiras e más intenções. Sorrisos sarcásticos e faces coradas não podem ser percebidas. Essas características somadas à habilidade na escrita e ao raciocínio rápido potencializam a capacidade de persuasão do mal intencionado. Mesmo excluindo esse malfeitor lúcido, existem os casos patológicos, como o esquizofrênico, o maníaco depressivo, o psicótico e por aí vai. Como não sou do "ramo", esses exemplos servem apenas para facilitar o entendimento de quem lê e carece de definições científicas mais precisas. Embora esses dois grupos de pessoas muitas vezes se confundam ao tentarmos distingui-los e a patologia (doença), de certa forma, explique a maldade desejada ou praticada, o mal em si e o risco continuam existindo.

Diante dessa realidade, criamos então os nossos mecanismos de defesa contra esse tipo de ataque, mas como achar o equilíbrio entre o medo, a desconfiança, a oportunidade de fazer novos amigos ou algo mais envolvente? Confesso não ser uma tarefa muito fácil e a dificuldade de se defender é proporcional à inteligência e astúcia desse "indivíduo do mal". No entanto existem algumas regras básicas que reduzem a possibilidade de surpresas desagradáveis e essas regras estão diretamente relacionadas ao envolvimento pretendido com a outra parte: passatempo ou diversão para relaxar; busca de amizade; um relacionamento mais próximo e um compromisso mais sério. E é extremamente importante tentar perceber quando estamos passando de uma dessas fases para outra de forma inconsciente, mas crescente, ou seja, podemos começar como passatempo e não perceber que já atingimos um estágio de envolvimento emocional, seja num grau de simples dependência ou de desmedida paixão. Essa percepção não pode ser negligenciada, ao contrário, "não querer nem pensar" já é um sinal de que a razão deve entrar imediatamente em ação para evitar complicações futuras. E aí vai a principal pergunta que devemos fazer para nós mesmos: "Estou mudando meus hábitos e deixando de fazer o que é necessário para a minha vida?" As demais ações que vêm depois dessa primeira pergunta não são difíceis de imaginar:


  • Essa pessoa é real ou apenas um personagem?
  • Sei onde ela mora, o que faz e com quem vive?
  • Tem e-mail e telefone?
  • Tem foto e perfil em site público?
  • Esse site é confiável? Já verifiquei nesse site o diálogo entre essa pessoa e seus "amigos"?
  • ... e poderia citar outras inúmeras, mas creio que essas sejam as mais importantes

E da mesma forma como devemos ser cuidadosos antes de nos envolvermos com pessoas, vale o mesmo para as informações veiculadas na internet em relação às constantes em sites, blogs e mídias sociais. É recomendável verificar o responsável e se há uma forma de comunicação, como e-mail, formulário de contato ou espaço para comentários. No caso de assuntos técnicos é importante saber a qualificação do profissional responsável.

Na verdade não estou aqui para criar nenhum tipo de alarme ou clima de desconfiança desmedida. Ao contrário, essas preocupações não podem criar um muro entre pessoas do bem, pois o tema principal do texto nos remete exatamente ao inverso, que é o de não transformar esses cuidados práticos e conscientes em mecanismos automáticos de isolamento. Afinal, a internet é um meio fantástico para o crescimento da sociabilidade e do desenvolvimento interior, no entanto, só a SELETIVIDADE pode transformar essa possibilidade em realidade.

É fundamental tentarmos sempre encontrar o equilíbrio entre os cuidados e a confiança para não perdermos as oportunidades de crescimento e, para isso, a seletividade pode evitar tanto as frustrações quanto as perdas. O controle adequado das expectativas também é parte importante nesse processo de perda ou de ganho, pois, só se desilude quem um dia se iludiu.



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